OMS volta atrás e diz que não tem recomendação contra ibuprofeno no tratamento do coronavírus


OMS volta atrás e diz que não tem recomendação contra ibuprofeno no tratamento do coronavírusA Organização Mundial de Saúde (OMS) voltou atrás nesta quinta-feira (19) e retirou a restrição de uso de medicamentos à base de ibuprofeno no tratamento contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Apesar disso, o Ministério da Saúde segue recomendando que outros medicamentos sejam usados contra a doença. Em uma publicação em uma rede social na manhã desta quinta, a pasta afirmou que, "por precaução", recomenda "a substituição do #ibuprofeno por outros analgésicos." Segundo o ministério, "é fundamental que a substituição de medicamentos seja feita com recomendação de um profissional de saúde." Segundo a OMS, a organização "está ciente das preocupações sobre o uso de anti-inflamatórios não esteroidais (isto é, ibuprofeno) para o tratamento da febre em pessoas com Covid-19". No entanto, entidade afirma que "após uma rápida revisão da literatura [pesquisas científicas], a OMS não está ciente dos dados clínicos ou de base populacional publicados sobre esse tópico", afirmou a organização, em nota. Segundo a OMS, a conclusão foi tomada após ouvir médicos que tratam pacientes com Covid-19 e após consultas a pesquisas científicas desenvolvidas até o momento sobre a doença. A organização reforça que, com base nas informações disponíveis, não há restrições ao uso de Ibuprofeno no tratamento contra a Covid-19. Por que havia restrição contra o ibuprofeno? Na última terça-feira (17), a OMS informou que o mais recomendado em tratamentos contra a Covid-19 era o uso de medicamentos à base de paracetamol. A indicação ocorreu após o ministro da Saúde francês alertar, no sábado (14), contra o uso do ibuprofeno, que é encontrado em anti-inflamatórios. Na semana passada, uma pesquisa científica sugeriu que pacientes com diabetes e hipertensão tratados com ibuprofeno tinham mais riscos de desenvolver quadros severos da doença. Para o infectologista Celso Granato, professor da Unifesp e diretor clínico do grupo Fleury, em São Paulo, a evidência mostrada na pesquisa não era forte o suficiente. "Existem vários outros anti-inflamatórios, antitérmicos - por exemplo, paracetamol - que têm o mesmo efeito e não têm evidência de que têm esse problema", lembrou Granato.

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